Iniciamos na segunda semana de julho/2020 a Série AARS Depoimentos: Arquivos na pandemia. Hoje publicamos o quadragésimo primeiro depoimento.
A associada Glaucia Vieira Ramos Konrad relata o impacto da pandemia da Covid-19 no seu trabalho arquivístico.
Os depoimentos são publicados às quintas-feiras no site da AARS.
Glaucia Vieira Ramos Konrad
Professora UFSM
Santa Maria, RS.
Associada n. 49 da AARS
1. Qual o seu local de trabalho como arquivista?
Trabalho como docente no Departamento de Arquivologia na UFSM e atuo nos Programas de Pós-Graduação de História e de Patrimônio Cultural.2. Quais atividades desenvolvia antes da pandemia?
Realizava as minhas atividades de docente na graduação e na pós-graduação, de orientações de estágios e TCCs, desenvolvimentos de pesquisas, viagens para a participação em congressos, palestras, encontros de Grupos de Trabalhos, organização de eventos, entre tantas atividades que envolvem o ensino, a pesquisa e a extensão. Quando iniciou o ano letivo na UFSM em março de 2020, não tinha a dimensão e a gravidade do que estaria por vir. Não cheguei a iniciar as aulas presenciais na graduação e nem conhecer pessoalmente os acadêmicos que ingressaram no curso. Após a semana de calourada, já começaram as aulas de forma remota.3. A pandemia mudou a sua rotina de trabalho? Se sim, conte-nos o que mudou.
Mudou muito. Nas primeiras semanas, ficamos na UFSM aguardando o desenrolar da pandemia, se iríamos voltar ao presencial, situação que não foi possível até este momento. Diante disso, precisei me adaptar ao trabalho remoto, adequar os equipamentos para poder trabalhar da melhor forma possível. A preparação das aulas remotas exigiu um esforço muito grande para adequação dos conteúdos para a modalidade à distância, de domínio das plataformas disponíveis como o Google Classroom, Moodle, Google Meet, Zoom, entre outras, o que demandava uma carga horária de trabalho muito grande.
Um grande desafio foi conseguir que os alunos pudessem participar das aulas online, mas, a realidade acabou impedindo a participação da maioria, por inúmeras razões, principalmente por dificuldades de acesso a banda larga, computadores e celulares, expondo uma situação de exclusão digital.
O trabalho remoto em casa também foi um desafio, porque a carga de trabalho aumentou bastante além disso, foi preciso conciliar a vida doméstica, filha em idade escolar e com aulas remotas e as tarefas do dia a dia.4. Depois que a pandemia passar, como será a volta ao trabalho? Que rotinas pretende retomar e quais manterá?
O meu maior desejo é que possamos retomar as aulas presenciais na UFSM, as atividades acadêmicas, poder conviver e compartilhar o mesmo espaço de convivência, aprendizagem, partilha, enfim, nada substitui o encontro nas salas de aula, nos corredores, nos eventos, no espaço privilegiado que é o nosso campus da UFSM.
As atividades remotas continuarão acontecendo, mas como complementares ao presencial.