Iniciamos na segunda semana de julho a Série AARS Depoimentos: Arquivos na pandemia. Hoje publicamos o décimo oitavo depoimento.
A associada Valéria Raquel Bertotti relata o impacto da pandemia da Covid-19 no seu trabalho arquivístico.
Os depoimentos são publicados às quintas-feiras no site da AARS.
Valéria Raquel Bertotti
Professora UFRGS
Porto Alegre, RS
Associada n. 371 da AARS
Como professora do curso de Arquivologia da Ufrgs, desenvolvo pesquisa na área de políticas públicas e extensão junto a instituições, principalmente com acervos permanentes. Na parte de ensino, além das disciplinas que ministro, oriento estudantes em estágios e Trabalhos de Conclusão de Curso. Divido a coordenação do Programa de Aperfeiçoamento, Pesquisa e Extensão em Arquivos (Papearq), que é uma parceria entre a Ufrgs e a UFSM, e coordeno o Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão do Curso de Arquivologia (Leparq). Na parte administrativa, participo da Comissão Permanente de Avaliação de Documentos Sigilosos e a Comissão de Segurança da Informação. Esses comitês, em conjunto com o Arquivo Central da UFRGS, discutem e propõem normativas e, quando consultadas, emitem pareceres.
Antes da pandemia, as atividades de pesquisa, extensão, orientação e preparação das aulas eram realizadas principalmente na sala de professor ou no Leparq, ambos no prédio da Fabico. Orientações de estágios e atividades de extensão, demandavam algumas vezes o deslocamento até os locais onde se encontram os acervos. Já a participação nas Comissões ocorria nas dependências da Reitoria.
Com a pandemia, todas as atividades passaram a ser remotas. Nas atividades de ensino, entre os meses de março e agosto, trabalhamos de forma intensa e conjunta — servidores e estudantes — discutindo e construindo as alternativas para a retomada das atividades. Desse trabalho resultou o Ensino Remoto Emergencial (ERE), que iniciou em 19 de agosto, e seguimos buscando diariamente desenvolver atividades que atendam às necessidades dos estudantes e mantenham a qualidade do ensino.
As atividades de extensão que não puderam ser reformuladas e reorganizadas, como as que dependiam do acesso físico aos acervos, foram suspensas. Quanto às atividades de pesquisa, a maior parte já era realizada de forma remota pela equipe. A alteração mais significativa ocorreu em relação às reuniões, agora de forma virtual.
As tecnologias, que facilitam a manutenção/reorganização das atividades e nos aproximam na distância, não substituem nosso contato mais direto. Particularmente, sinto muita falta dos espaços de encontro — a sala de aula, o Laboratório, os corredores, os campi… Esses espaços proporcionam encontros, facilitam a troca de ideias e o diálogo. Estamos em pleno desafio, e a avaliação em conjunto deste processo nos auxiliará a pensar e propor as rotinas para quando a pandemia passar.