Iniciamos na segunda semana de julho a Série AARS Depoimentos: Arquivos na pandemia. Hoje publicamos o quinto depoimento.
O associado Francisco Alcides Cougo Junior relata o impacto da pandemia da Covid-19 no seu trabalho arquivístico.
Os depoimentos são publicados às quintas-feiras no site da AARS.
Francisco Alcides Cougo Junior
Professor do Departamento de Arquivologia da UFSM
Santa Maria, Rio Grande do Sul
Associada n. 538 da AARS
Sou professor do Departamento de Arquivologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e estudante de doutorado vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Antes da pandemia, uma semana “normal” de minha vida tinha seu tempo fracionado em:
estudos e escrita de minha tese de doutorado; preparação e ministração de aulas no curso de graduação em Arquivologia da UFSM; reuniões administrativas e de orientação de Trabalhos de Conclusão de Curso e Estágios Supervisionados; visitações a estágios curriculares remunerados; coordenação e execução de projetos de pesquisa e extensão, como a Pesquisa Nacional sobre a Ocupação em Arquivologia (PNOA) e o Giro da Arquivo. A pandemia mudou esta rotina radicalmente. Se é verdade que abriu mais tempo para os trabalhos relacionados à escrita da tese e aos projetos de pesquisa e extensão, por outro lado o isolamento social nos privou da proveitosa rotina de aprendizagem e de ensino junto à universidade, dificultou o contato com orientandos e discentes e vem nos exigindo cuidados redobrados em relação à sanidade física e mental. Penso que o retorno à “normalidade” (seja qual for) será lento e difícil. Teremos de aprender a conviver com as incertezas provocadas pela pandemia e com uma rotina de cuidados que não existia antes. Do ponto de vista arquivístico, creio que todas a nossas concepções sobre a Arquivologia poderão ser recondicionadas e readequadas ao “novo normal” e à própria necessidade de pensar o papel dos arquivos em um contexto frágil e indefinível.